HOME | Capa | Soja

Oferta global recorde derruba os preços da soja no Brasil e no mercado internacional em 2025

Produção mundial elevada, recuperação de EUA e Argentina e maior liquidez interna derrubaram as cotações da soja ao longo do ano

Oferta global recorde derruba os preços da soja no Brasil e no mercado internacional em 2025

Oferta global elevada e produção recorde no Brasil pressionaram as cotações da soja ao longo de 2025. Foto: Canva

1871
Foto do autor Redação RuralNews
27/12/2025 |

O mercado de soja apresentou forte volatilidade de preços ao longo de 2025, em um cenário marcado por ampla oferta global e mudanças relevantes no ambiente internacional. Disputas comerciais entre China e Estados Unidos, alterações na política de “retenciones” na Argentina e a expansão da demanda em diferentes países influenciaram o comportamento das cotações.

Mesmo com esses movimentos, os preços médios da soja ficaram entre os mais baixos dos últimos anos, tanto no Brasil quanto no mercado externo. Os Indicadores CEPEA/ESALQ Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná registraram, em 2025, as menores médias anuais reais desde 2019. Já na CME Group, o contrato de primeiro vencimento apresentou a menor média anual desde 2020.

Produção recorde amplia oferta no Brasil e no mundo

No Brasil, o ano começou com o menor estoque de passagem das últimas quatro safras. No entanto, o avanço acelerado da colheita 2024/25 confirmou uma produção recorde de 171,48 milhões de toneladas.

A quebra registrada no Rio Grande do Sul acabou compensada pela elevada produtividade nos demais estados. Com isso, a disponibilidade interna aumentou e a liquidez no mercado spot se intensificou.

Esse desempenho fez com que o Brasil respondesse por cerca de 40% da produção mundial de soja, estimada em 427,15 milhões de toneladas pelo USDA. Além do Brasil, Argentina e Estados Unidos também registraram recuperação expressiva, alcançando os maiores volumes desde a safra 2021/22.

Os Estados Unidos colheram 119,04 milhões de toneladas, crescimento de 5% em relação à temporada anterior. Já a Argentina produziu 51,1 milhões de toneladas, avanço de 6%. Outros países também atingiram níveis recordes, reforçando o cenário de ampla oferta global.

Comércio aquecido não impede queda das cotações

Do lado da demanda, o desempenho do comércio internacional foi relevante ao longo da temporada. A China importou 108 milhões de toneladas, volume 3,5% inferior ao da safra anterior. Ainda assim, essa redução foi compensada pelo aumento das compras em outros destinos.

No total, o comércio mundial de soja atingiu 184,8 milhões de toneladas em 2024/25, crescimento de 3,9%. O Brasil manteve posição de destaque e respondeu por 55,8% das exportações globais.

Os embarques brasileiros alcançaram novo recorde em 2025. A China permaneceu como principal destino, com participação de 78,3% entre janeiro e novembro. Além disso, chamou atenção o aumento atípico das compras da Argentina, que ampliou as importações de soja brasileira em 73,5% ao longo do ano.

Mesmo com a demanda firme, o volume elevado da oferta global seguiu pressionando as cotações, mantendo os preços da soja em patamares mais baixos ao longo de 2025.

...
Editor RuralNews
Vamos deixar essa matéria mais interessante com seu ponto de vista? Faça um comentário e enriqueça esse conteúdo...

TAGS: #Soja # Produção mundial
# EUA # Argentina # Liquidez # Cotações da soja
2025-12-29 - 2025-12-29